Todos os anos, a FIFA tem por costume editar um relatório contendo informações e estatísticas sobre o mercado de intermediação nas transferências internacionais de jogadores. Como não podia ser diferente, no último dia 15/12 a entidade lançou o seu FIFA Intermediaries Report 2022-2023. Você sabe quais são os números do mercado da bola e a atividade do empresário?
Leia o artigo e entenda mais sobre como a atividade de intermediação se desenvolveu neste ano.
Visão Geral
De acordo com o Regulamento sobre Status e Transferência de Jogadores da FIFA (RSTP), os clubes são obrigados a detalhar o nome e as comissões de quaisquer intermediários de clubes ou jogadores envolvidos em uma transferência internacional no Transfer Matching System (TMS), sistema informatizado da entidade. Estes dados servem como base para o relatório emitido pela FIFA.
Neste ano os intermediários estiverem presentes em 4.139 transferências internacionais de jogadores profissionais masculinos, o que representa mais de 20% do total. Dos 4.762 clubes que registraram uma transferência, 520 contaram com um intermediário. Dos 17.240 jogadores transferidos, 2.886 (16,9%) contaram com o auxílio de um empresário.
No futebol feminino os números também são relevantes: do total de transferências, 106 tiverem a atividade de um intermediário em representação a um clube (mais de 24% do total) e 340 com representação de jogadoras (mais de 21% do total). Contudo, em termos de valores, a movimentação financeira ainda é baixa comparativamente à masculina, menos de USD 1MM em comissões.
Atividade em favor de clubes (masculino)
A atividade do empresário pode ser desenvolvida a favor do clube que vende ou empresta o atleta (antigo clube), do próprio jogador ou mesmo para o clube que recepciona o profissional (novo clube).
No ano de 2022, os clubes contaram com intermediários em 1.532 transferências, o que representou um aumento de 22,4% em comparação a 2021. Houve um aumento histórico da atuação de intermediários a favor do novo clube de 6,9% (2021) para 7,6% (2022).
Nas transferências com valores envolvidos superiores a USD 5MM, a participação do intermediário a favor do novo clube é ainda maior, representando 59,8% do total. Por óbvio, os clubes das associações europeias foram os que mais utilizaram intermediários, com destaque à Inglaterra – do total de transferências internacionais, 45,5% foram de clubes do país.
Por outro lado, os antigos clubes também tiveram um aumento no uso dos serviços dos intermediários. Em 2022, do total de transferências, 7,6% contaram com intermediários a favor do antigo clube, um aumento considerável a 2021 (5,9%).
Nas transferências com valores envolvidos superiores a USD 5MM, 36,6% contaram com a atividade de um intermediário a favor do antigo clube. Os clubes italianos figuram no topo da lista com 21,4% do total.
Gastos com intermediários de clubes
Após uma queda nos tempos de Covid-19, o mercado voltou a ter um significativo aumento do pagamento de comissões com um total de USD 622,8MM – um aumento de 24,3% comparado a 2021.
Em mais de 90% dos casos, os intermediários dos clubes receberam menos de USD 1MM em comissões, sendo USD 10.000 a USD 100.000 os valores mais comuns.
Os clubes europeus representaram 96,2% dos valores gastos em comissões para os empresários.
Inglaterra, Itália, Portugal, Espanha, Alemanha e França foram responsáveis por 80,9% da soma total mundial.
Atividade em favor dos jogadores
Em 2022 houve 3.086 transferências internacionais nas quais o jogador foi representado por um ou mais intermediários (15,3% do total), o que representa um aumento de 17,7% se comparado com 2021.
Em 56,3% das transferências com a presença de intermediários, só havia representação do jogador.
20,1% contavam com intermediários para o novo clube e 13,2% tinham intermediários para o jogador e o novo clube.
Uma outra constatação interessante que já se apresenta a anos é a de que quanto maior o salário do jogador mais presente está a figura do empresário. Atletas cuja remuneração global é de USD 5MM ou mais, 58,4% das trasnferências contaram com o profissional de intermediação.
Inversamente, quanto menor a idade do jogador, mais presente está o empresário.
Vale destacar que nas transferências internacionais em que o atleta era menor de 18 anos, 16,1% contaram com o profissional.
Atividade em favor dos clubes (feminino)
Em 2022, 388 transferências internacionais de jogadoras envolveram pelo menos um intermediário (25,5% do total). Destes, 100 representaram o novo clube e 6 o antigo clube.
Os clubes pagaram um total de USD 850.000 em comissões. 97 transferências contaram com o pagamento das comissões, que nunca excederam USD 90.000.
Atividade em favor das jogadoras
340 transferências contaram com intermediários, o equivalente a 22,3% do total.
